" Numa era muito distante,quando a inconstância cobria com seu manto,a terra e suas criações,eis que o Pai de todas as coisas chamou um de seus anjos para uma conferência.Prestimoso,o anjo foi têr com o Grande Pai,e ouviu atentamente a missão que lhe foi confiada.
Enquanto ouvia,seus olhinhos curiosos,perderam-se nas mil formas e cores que estavam surgindo no horizonte do ceu.O Pai de todas as coisas,em sua hora de descanso,deleitava-se,pintando o final do dia.Como era maravilhoso ver o Grande artista suspirar e sorrir,diante do quadro vivo que mudava a cada segundo.Nesta hora,ele deu uma sopradinha,e o sol se moveu mais um pouco quase que desaparecendo por completo,na linha do horizonte.
Então, do bolso do seu guarda pó,onde estavam guardadas diversas estrelas,ele escolheu uma delas e a pós pertinho da lua,que ja surgia,toda manhosa.O anjo quase sem respirar sentiu um profundo arrepio,e sua essència tornou-se tão luminosa,quanto o infinito,e muitas cores surgiram dentro de seu pulsar.Sabia muito bem oque representava o chamado que recebera.Finalmente chegara a grande hora,pela qual esperava desde sempre.
Era sua vez de servir a vida,e doar a sua existência.em prol da eternidade.O doce anjo se questionou se realmente estava pronto para tal complexa tarefa,e por um momento sentiu o vento frio da insegurança,assolar sua coragem.Olhou para o Pai do ceu, e este,com um grande sorriso lhe disse que estava pronto.Era o escolhido,por tanto não devia temer e sim se esforçar o mais que pudesse,para executar a tarefa que lhe fora confiada.O Grande Pai entregou ao seu Anjo,uma pequena mochila,e lhe explicou que a mesma deveria ser aberta apenas em caso de extrema necessidade.E aproximando-se dele,despiu-o de suas asas,dizendo que as mesmas não seriam necessárias,e no lugar onde iria,e que as teria de volta,assim que cumprisse sua missão.Então,com profundo amor,segurou a face do Anjo com ambas as mãos e beijou-lhe a testa.
Neste momento,um grande portal de luz surgiu,e o anjo despedindo-se de seu amoroso Pai,entrou nele.Seus olhinhos tentavam absolver todas aquelas cores magicas que,de relance,bahavam seu ser,e ele pensou que estava,na realidade,dentro de um grande arco-iris.Foi impossivel, não sorrir e sentir mornas lagrimas de feliciades,a deslizar por sua face pura.
Então,repentinamente tudo silênciou e o Anjo percebeu que chegara á Terra dos homens.Mas algo lhe chamou a atenção: estava tudo escuro.Será que era noite?se fosse onde estariam as estrelas?Estava tudo tão esquisito,e ele tentou se habituar aquela escuridão.Mas nem teve tempo de fazer uma avaliação mais profunda quando sentiu um forte impacto em sua cabeça.Atordoado,levou a mão até a nuca e sentiu que algo o ferira,e estava sangrando.Sua visão foi turvando,e ele se sentiu desfalecer.Poxa! não estava compriendendo mais nada.
Neste momento ouviu um grande estardalhaço,e muitas pessoas corriam em varias direções.Com medo de ser pisodeado por aqueles milhares de pés,ele se arastou até uma pequena moita.Seus olhos ja estavam totalmente acostumados á escuridão,e ele viu
que aqueles seres estavam guerreando.Gritos agudos se faziam ouvir,e muitas pessoas tombavam,atingidas por seus semelhantes.Que lugar horrivél era aquele?Estes eram os seres,sobre o qual o Pai do Ceu tanto falara,referindo-se a eles como filhos?Não era possivel!Pareciam monstros!O Anjo cada vez mais apavorado,tremia de panico e um frio assolou sua alma doce.Tinha quase que certeza que estava dentro de um pesadelo,e questinou quando ele terminaria.Mas, nada mudou.Os ataques proceguiram por muitas horas,os gritos misturavam-se aos gemidos,tornando-se cada vez mais insuportaveis.
O anjo fez então a unica coisa que podia fazer: Pós se a chorar copiosamente.Sim! anjos são meras almas infantes,que não crescem nunca.E até eles,diante do desespero,choram.E aquela situação era desesperadora.
Deveria abrir a mochila,que recebera do Pai do Céu? esta seria uma boa hora,pensou ele.Estava em extrema necessidade.Neste momento sentiu que alguém tocou em seu ombro.Levou um susto tremendo.pensando se levaria outra pancada dolorida.
Então se encolheu ainda mais e abraçou seus joelhos.Mas,nada aconteceu. Á mão permanecia em seu ombro e o acarinhava docemente.Ai,que delicia sentir aquela senssação tão protetora.Então ele ergueu seus olhinhos,procurando o céu em meio a escuridão,e com um suspiro profundo fez uma oração.Algum tempo depois.deu-se conta que cochilara.E viu ainda,que estava deitado sobre um colo quente e macio.olhou atentamente,para tentar visualizar o rosto de tão nobre criatura que o acolhera em sua aflição e provera alento.Mas estava escuro demais.Nada via,alem do breu.Apenas tinha um vislumbre do ser.Viu ser uma forma feminina.Podia jurar,que enquanto dormia aquela forma de vida,cantara uma doce canção de ninar para ele.Então sorriu.Lemvrou do Pai de todas as coisas,que todas as noites cantava para que o mundo dormisse em paz.As coisas ja estavam melhorando um cadinho,pensou ele.E então levantou-se e segurando a mão que tocava a sua,pôs-se a andar.Avançaram apressadamente,em meio as pessoas,tomando muito cuidado para não serem feridos,e nem chamar a atenção daqueles seresa ferozes.
Depois de andarem algum tempo,chegaram a uma colina,e lentamente subiram por uma estreita trilha que lá havia.O Anjo percebeu que sua amiguinha conhecia de cor aquele lugar,e mesmo estando muito escuro,seus passos seguros diziam que este caminho lhe era usual.Sempre com sua mão dentro da mão dela,o Anjo fez perguntas.Que lugar era aquele afinal?Porque as pessoas machucavam aquelas que deveriam amar e chamar de irmãos?Afinal eram todos filhos do mesmo pai?Com suspiro a mocinha respondeu,que durante muito tempo,a terra fora um lugar assim.
As crituaras viviam de modo harmonico,mas então,a ganancia e a inveja,fizeram morada nos corações dos homens,e eles passaram a disputar o poder.Os mais fracos pereciam,nas mãos dos mais fortes,e um manto negro decera sobre a terra desde então.Era muito dificil viver no escuro.O medo era constante dentro dos corações e a desconfiança fizera o instinto alerta.Todos passaram a ser inimigos em potêncial.
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