quarta-feira, 25 de agosto de 2010


 
Cidade Sem Portas

Uma cidade sem portas
em que o amor circule vasto
sem previsão de caminho
distribuído por igual

em que o pão navegue cedo
para as fomes entreabertas
sem ver números ou faces
distribuído por igual.

Cidade assim planejada
no chão irreal do sonho
poderá brilhar ao sol
conquanto assim o desejes

conquanto assim o desejem
os rostos que voltam à tarde
para banhar-se na água
e aceitar o fim da tarde

e ver amanhã o dia
recompor-se nos telhados
com a mesma carga de dor
e o mesmo peso de suor.

Quem disse que a vida é sempre
um mesmo caminho à noite?
uma via de segredos
e outra de chaga aberta?

As coisas que te rodeiam
são menos elas que tu
basta que nasças de novo
e plasmes de novo a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário